06/03/2008

Arte que se lê: "Os sonhos de Einstein" de Alan Lightman


Este livro é um dos meus favoritos. Já o li e reli vezes sem conta e, conto ir matando saudades das suas páginas mais algumas vezes.



"...e o Tempo responde ao tempo que o Tempo tem tanto tempo quanto o Tempo tem!

Porém se o mesmo tempo quisesse saber mais sobre o próprio Tempo teria aqui um excelente livro sobre o tema do tempo.


Os sonhos de Einstein é um livro de pequeninas histórias inspiradas nos sonhos do cientista no preciso momento em que este estava prestes a descobrir a Teoria da Relatividade. Nele, o autor, desdobra o Tempo nas suas várias facetas, imaginando outros mundos onde 'o tempo ora é circular, ora anda para trás, ora é lento, ora toma a forma de um rouxinol...'


De trajectória aliciante, as páginas deste livro são como pensamentos efémeros de cariz eterno contendo algumas das possíveis visões que podemos ter do Tempo, esse bem poderoso, escasso e precioso que sempre foi, é e duvido que possa deixar de ser o melhor amigo, e o mais cruel inimigo, do Homem.

Sendo o autor um prestigiado astrofísico e divulgador cientifico, é notável como complementa de forma brilhante a arte e a ciência numa obra de ficção, acentuando o esforço que se tem vindo a verificar no que respeita ao diálogo entre arte e ciência e de que como as duas, apesar de serem «maneiras diferentes de estar no mundo», não impede que se possam admirar uma à outra. E como escreveu uma pessoa que admiro muito "A ciência é uma actividade humana e a descoberta cientifica uma epopeia. É isso que merece aparecer no palco. São esses os sonhos de Einstein.".


Citações retiradas do livro:

«É possível duvidar das pessoas, mas não se pode duvidar do tempo. Enquanto as pessoas ficam paradas a pensar, o tempo segue em frente sem olhar para trás.»

«A tragédia deste mundo é que não há pessoas felizes, estejam elas presas a um tempo de dor ou a um tempo de alegria»

«A maior parte das pessoas aprendeu a viver o momento que passa. A justificação que dão é que se o efeito do passado sobre o presente é incerto, então não vale a pena dar importância ao passado; e, se o presente pouco efeito tem sobre o futuro, então não é preciso medir as consequências do presente.» "



imagem de Einstein

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