26/05/2008

Arte que se lê: "Os ensinamentos de D.Juan" de Carlos Castaneda


Há poucos dias comecei a ler este livro de Carlos Castaneda - "Os ensinamentos de D.Juan". Sou uma aficionada das várias temáticas que por facilidade se catalogam como "New Age". Já li muitos, mas era uma falha ainda não me ter deparado com uma das muitas obras de Carlos Castaneda, visto que este foi um dos precursores do próprio movimento New Age.


Este livro, também conhecido como "A Erva do Diabo", foi o primeiro deste autor.

"Este livro tem tanto de etnográfico como de alegórico. (...)

As entrevistas de Carlos Castaneda a D.Juan iniciaram-se quando ele ainda era aluno de Antropologia na Universidade da Califórnia, Los Angeles. Estamos em dívida para com ele por causa da sua paciência, coragem e perspicácia em procurar e enfrentar o desafio da sua aprendizagem dual e em relatar-nos os pormenores das suas experiências. Nesta obra, demonstra a técnica essencial da boa etnografia - a capacidade de entrar num mundo estranho. Julgo que ele encontrou um caminho com coração"


Sobre o autor:

"Carlos Castaneda ou Carlos Aranha Castaneda (25 de dezembro de 1935 — 27 de abril de 1998) foi um escritor e antropólogo formado pela Universidade da Califórnia (UCLA); notabilizou-se após a publicação, em 1968, de sua dissertação de mestrado intitulada The Teachings of Don Juan - a Yaqui way of knowledge, lançado no Brasil como A Erva do Diabo.


Em 1973 revê os conceitos apresentados na primeira obra em uma versão de sua tese de Phd intitulada Journey to Ixtlan - Lessons of Don Juan (Viagem a Ixtlan). Sua obra consiste em onze livros autobiográficos no qual relata as supostas experiências decorrentes de sua associação com o brujo conhecido por Don Juan Matus, índio da tribo Yaqui do deserto de Sonora, no México. Um 12° livro chamado Magical Passes (Passes Mágicos) foi lançado, mas destoa do conjunto da obra, se aproximando mais de um manual prático de aplicação de exercícios corporais.

A Erva do Diabo se tornou um best-seller entre os jovens do movimento hippie e da contracultura, que rapidamente elegeram Castaneda um guru da nova era e formaram legiões de admiradores que queriam, por conta própria, reviver as experiências descritas no livro.

Uma controvérsia se formou em torno de sua figura tanto por parte de admiradores, que queriam encontrar Don Juan pessoalmente e de alguma forma fazer parte do processo de aprendizado, quanto de céticos, que queriam encontrar motivos para desacreditá-lo academicamente, argumentando que o testemunho fornecido em seus escritos era ficional e apontando a escassez de fontes documentais sobre sua pesquisa de campo junto ao mestre indígena.


Como relata em entrevista para Sam Keen, pensando em ir para o curso de antropologia, buscava a publicação de um paper para dar início à carreira acadêmica. Havia lido e escrito um pequeno ensaio sobre o livro de Aldous Huxley, As Portas da Percepção, que havia celebrizado no mundo ocidental os efeitos psicotrópicos da mescalina, alcalóide alucinógeno presente em grandes quantidades no botão do cacto de peiote, que era usado de forma ritual por vários povos indígenas americanos. Pesquisou o tema das plantas medicinais em livros como o de Weston La Barre, O ritual do peiote e partiu para o trabalho de campo. Foi então para o estado de Arizona, onde conheceu o índio brujo conhecido como Don Juan. Este viria a ser seu guia, e é personagem central nos livros autobiográficos que escreveu. O encontro com o índio foi um episódio marcante, que é recontado várias vezes na sua obra. Numa estação rodoviária, indicado por um colega da faculdade, Castaneda aproximou-se e apresentou-se como especialista em peiote, convidando o índio a lhe conceder entrevista. Como não sabia virtualmente nada a respeito do cacto, segundo relata, Don Juan teria captado sua mentira e devolvido-a com um olhar. Este olhar foi bastante significativo, pois Castaneda, normalmente um homem falante e extrovertido, ficou sem ação e tímido ao ser perscrutado. Nas explanações posteriores, diz que Don Juan o havia capturado com o olhar mostrando-lhe o nagual, pois havia visto que Castaneda poderia ser o homem que ele procurava para lhe passar seu conhecimento. Depois de mais alguns encontros, Don Juan lhe anuncia sua decisão e decide levá-lo a experimentar as plantas medicinais que Castaneda tanto pedia.


Aos poucos o jovem ocidental e acadêmico foi sendo posto ao encontro de experiências cognitivas que desafiavam o poder de explicação de sua razão, sendo forçado finalmente a mudar toda a sua concepção de mundo em prol das novas explicações que o mestre lhe fornecia e que ia compreendendo, gradualmente. Como explica no sexto livro, O Presente da Águia, o sistema de interpretações e crenças que se dispôs a estudar terminou por engalfinhá-lo, ao se revelar tão ou mais complexo que o sistema "ocidental" de interpretações do mundo. Este é um ponto chave da obra, antes inédito na antropologia e uma das fontes das acusações difamadoras que foi recebendo aos poucos. Pela primeira vez um estudioso e intelectual ocidental admitia a inoperância das suas ferramentas teóricas para classificar o objeto de estudo. O jovem ocidental viu-se forçado a admitir sua fraqueza e sua vida desordenada e vazia e um indígena aparecia como um "caçador e um guerreiro", dono de um propósito inabalável e capaz de manipular e influenciar profundamente sua percepção e visão de mundo.


leia o artigo na totalidade em http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Castaneda

Para visitar: III Encontro Alternativas em Sintra


É verdade que já há muito tempo que não actualizava este cantinho. Por diversos motivos, maiores e menores. Mas, hoje, caros e caras visitantes, venho redimir-me desta ausência com uma excelente proposta para o próximo fim de semana.


Por ser distraída quanto baste, só me apercebo de todo o género de iniciativas depois destas estarem concluídas. Mas, desta vez, por um feliz acaso, um dos panfletos deste evento veio-me parar às mãos, com a devida antecedência.

Sei que por questões geográficas muitos de vós não poderão participar deste evento. Mas, a quem está por perto, acredito que valerá a pena ter um fim de semana fora da rotina habitual, usufruindo das inúmeras palestras, actividades e oficinas que o programa oferece.


Aqui fica a descrição deste evento - o III Encontro Alternativas:


"O Encontro de Alternativas em Sintra é um encontro de artistas, terapeutas, conferencistas, animadores, associações de desenvolvimento humano, editores, agricultores biológicos, ambientalistas, entre outros, que através de diversas artes e sabedorias praticam uma forma criativa e alternativa de vida, partilhando o seu sentir e conhecimento com a Comunidade, contribuíndo assim para o bem-estar e desenvolvimento das populações"



Veja aqui a programação:



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