19/09/2008

Arte em cena: "A Verdadeira Treta" de José Pedro Gomes e António Feio


É bom rir, sobretudo se for de nós próprios, da nação, dos problemas e dos estereótipos da sociedade. José Pedro Gomes e António Feio caricaturizam um do estereotipo do português, o chico-esperto que também é calão, exagerado, pouco educado, rude e sim, foleiro, kitsch e a brincar vão abordando tudo o que presentemente preocupa Portugal e os portugueses. Em cena no Auditório dos Oceanos, no Casino de Lisboa.


"A aventura Conversa da Treta começou no Auditório Carlos Paredes, em 1997, e desde então já correu o país, esgotou o Coliseu dos Recreios várias semanas, foi um programa de rádio, uma série televisiva. O dvd, o livro e o filme vieram mais tarde confirmar o sucesso da dupla. Em 2008 apresentam A Verdadeira Treta, um regresso à essência da "filosofia do disparate" que já fez rir milhares de espectadores... que há muito que reclamavam por mais!


Em A Verdadeira Treta, Zézé e Tóni vão levantar dinheiro a uma caixa multibanco e, como conversa puxa conversa, ou melhor, no caso deles, conversa da treta puxa conversa da treta, passam uma infinidade de tempo a falar de tudo e mais alguma coisa. Desde o preço do petróleo, às operações plásticas, desde a paranóia com a segurança, até à educação, à saúde, passando pelo aumento dos juros, tudo é esmiuçado pela arrevesada e demente destes dois mamíferos da famosa espécie "Chico-Espertus Lusitanus". Uma raça que, infelizmente para uns, e, felizmente para outros, está muito longe da extinção."

in folheto d'A Verdadeira Treta
Veja aqui:

10/09/2008

Arte que se joga: Spore


O mercado dos vídeojogos está em franca expansão. Em breve será raro encontrar uma casa que não possua um computador e uma consola de jogos, no mínimo.


O interesse pelos vídeojogos manifesta-se num espectro de idades cada vez mais alargado. Não é somente algo para adolescentes e jovens adultos, mas também para crianças de tenra idade e adultos de todas as gerações.


O Spore pelo seu conteúdo criativo e inovador é um jogo ideal para todas as idades. Sobretudo para os mais novos este é sem dúvida um jogo didáctico, imensamente divertido, sem qualquer conteúdo ofensivo.


Neste jogo começamos por ser um ser unicelular, que chegou através do espaço no interior de um meteorito e inicia a vida no seu novo planeta numa poça partilhada com mais seres do mesmo género. Acompanhamos a evolução do nosso ser em todos os aspectos. Optamos por fazer dele um ser herbívoro, carnívoro ou omnívoro e ao longo da primeira fase, nadamos pela poça efervescente de vida, comendo, evoluindo e evitando ser comido.


Outras quatro fases se seguirão, onde a nossa criatura é sempre mais complexa assim como a interacção com tudo o que a rodeia. Tudo neste jogo é decidido pelo jogador, desde o aspecto da criatura, até ao design dos edifícios e veículos da sua cidade, inclusivé o seu comportamento com o mundo e as outras espécies que o povoam. É entusiasmante toda a evolução de uma espécie desde os primórdios até à era espacial.



"Spore é um jogo de computador desenvolvido pela Maxis. É uma épica viagem que leva a origem e a evolução da vida, a criação de uma civilização e da tecnologia e eventualmente até ao fim.
O jogo, idealizado por Will Wright, que já criou jogos muito conhecidos (como SimCity e The Sims), foi primeiramente apresentado em 2004 num artigo da revista Wired.
O jogo conta com tecnologias novas desenvolvidas pela Maxis, onde o usuario poderá baixar conteudo para a personalização do jogo com apenas alguns KBytes de tamanho, possibilitando um planeta inteiro ter apenas 5 MBytes, pouco e útil para quem usa internet discada.


As etapas:


- Fase de Poça (Celular) - A fase é ambientada no nível microscópico, onde o jogador irá ter um estilo de jogo como flow, ou seja, seu microorganismo deverá comer seres menores, escapando de outros organismos maiores. para isso, seu microorganismo poderá ter novas partes para se adaptar de uma forma melhor ao ambiente, como por exemplo defesas do tipo espinhos.


- Fase Tribal - Quando a criatura atinge um nível de sapiência suficiente, ela evolui e passa para a próxima fase, a tribal. Nesta, o jogador irá controlar uma tribo inteira de seres da mesma espécie, com um novo estilo de jogo. aqui, as criaturas irão interagir com ferramentas, cabanas e outras coisas. ainda assim, a caça é fundamental para a sobrevivência da espécie.


- Fase Civilização - Quando a tribo evolui, o jogador irá avançar para a fase Civilização, onde ele controlará uma cidade em si, e não poucas cabanas como é a fase tribal. aqui, entra um estilo de jogo parecido com o de SimCity, onde o jogador irá atuar como um prefeito, controlando gastos, impostos, segurança, e outros conceitos. Após a etapa anterior, o jogador entra em uma fase em que não existe apenas uma cidade, mas outras cidades diferentes da sua. o jogador terá de interagir com estes outros povos, por meio de diplomacia, comércio ou conflitos. aqui, o jogador criará veículos, para poder justamente interagir com estas outras culturas.


- Fase Galáctica - A ultima fase, a Galáctica, irá ambientar a espécie no último nível evolucionário. aqui, o jogador irá criar seu UFO ( Espaçonave ), e então lançar-se no espaço. o jogador irá interagir com povos de outros planetas, fundar colônias, explorar a galáxia, e outras coisas. Aqui, várias ferramentas irão aparecer, como criador de Vulcões (para criar atmosfera em planetas que não a possuem) e a ferramenta Gênese, onde poderá mudar totalmente um planeta para se adaptar a fundação de sua colônia em outro planeta.



Os editores:


Um dos fatores de interesse pelo jogo são os editores presente nele: é o jogador que cria sua criatura, e cada fase tem seu específico editor.



Fase Celular - No editor celular, você cria seu microrganismo (ou modifica-lo), usando partes como movimentação e ataque, por exemplo. você chega a ele quando atinge os pontos de DNA necessários.



Fase Criatura - O editor Criatura é muito conhecido por seu alto número de partes para a criatura. com ele, é possível fazer desde aves até criaturas com muitas cabeças, selecionando a cor/textura da sua pele, que pode sofrer variações como escamas, penas, etc.



Fase Tribal - Nele já não haverá o editor de cabanas, mas sim de armaduras e roupas para sua tribo.



Fase Civilização - Nesta fase, o editor serve para construir edificações (casas, fábricas, etc.), e com o avanço do jogo, o jogador irá criar veículos terrestres, aquaticos e aereos.



Fase Galáctica - O jogador, ao terminar a fase civilização, deverá construir seu OVNI (Espaçonave)."


in wikipedia



Site oficial: http://www.portugal.ea.com/spore/


Canal oficial Youtube: http://www.youtube.com/Spore

06/09/2008

Arte que se lê: "Mais que humano" de Theodore Sturgeon


Theodore Sturgeon (1918-1985), de seu nome verdadeiro Edward Hamilton Waldo, foi considerado um escritor prolífico tanto de short stories, como de romances.

"Mais que humano" é a minha leitura mais recente e opto por falar deste livro porque, simplesmente, trata-se de algo original, diferente de tudo o resto que tenho encontrado no campo das letras.

"Esta obra, publicada pela primeira vez em 1953, é uma referência incontornável dos primórdios da ficção científica, é um clássico e uma fabulosa aventura da imaginação ainda nunca ultrapassada. Um romance distinguido com o International Fantasy Award."


Imaginem seis pessoas que, antes de se conhecerem, a única coisa que partilhavam era um sentimento de desajustamento, exclusão, perante o mundo. Todos eles, diferentes entre si, sentiam a falta de algo, enquanto lidavam com os episódios mais ou menos bizarros da sua vida. Todos eles possuem algo que os difere do mundo que os rodeia e, um magnetismo interior, uma força inconcebível que sem explicação, os encaminha na direcção uns dos outros, até que se unem. A partir desse momento descobrem o que os difere do mundo: enquanto cada pessoa é um indivíduo, cada um desses seis seres é somente um membro de um organismo maior, um ser "gestalt" e só nesta união se sentem como um "todo".


" - Pergunta ao Bébé que espécie de pessoas estão sempre a tentar saber o que são e a que pertencem?

- Ele diz: todas as espécies.

- Então - perguntou Nico -, de que espécie sou eu?

Ao fim de um minuto, gritou:

- De que espécie?

- Cala-te um momento. Ele não tem uma maneira de o dizer... uh... já está. Ele diz que é um cérebro que calcula as coisas, e eu sou um tronco, e as gémeas são braços e pernas, e tu és a cabeça. Ele diz que o "Eu" somos nós em conjunto.

- Eu pertenço. Eu pertenço. Sou parte de ti, de ti e de ti também.

- És a cabeça, parvo. "
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