06/04/2008

Arte que se lê: "Ossos Sagrados" de Michael Byrnes


Recentemente li este livro - "Ossos Sagrados" de Michael Byrnes. Não faltam nas estantes das livrarias obras com temáticas similares. Este em alguns aspectos não difere de muitos outros, mais umas relíquias, uma descoberta fantástica e a intervenção do Vaticano, que entra em pânico e receia a queda da Igreja Católica como hoje existe.

Este autor colocou em plena Jerusalém, israelitas e palestinianos a trabalharem conjuntamente para descobrir porque motivo um grupo, aparentemente muito profissional pelo seu modus operandi, invade o Monte do Templo, matando treze soldados israelistas nessa incursão, para roubar uma relíquia de uma câmara funerária que ninguém sabia existir no edificio.

Visto que o Monte do Templo é um local sagrado tanto para o Judaísmo como para o Islamismo e, tem sido gerador das maiores divergências e conflitos entre os defensores de ambas as religiões, é urgente que se encontrem respostas para o que aconteceu antes que os ânimos aqueçam ainda mais e Jerusalém se torne centro de ataques extremistas de ambos os lados.

Não só têm que descobrir os culpados, mas também o que foi roubado e, como teriam eles acesso a uma câmara que todos desconheciam existir.

Paralelamente dois cientistas, um italiano e uma geneticista americana, são contratados pelo Vaticano para analisarem um esqueleto. Essa investigação mexe com as crenças de cada um dos cientistas pois análises prévias indicam que, este tem cerca de 2000 anos e exibe indesmentíveis marcas de uma crucificação.



Leia um excerto:


"- Temos a informação que nos faltava.


Bersei olhou por cima do ombro de Charlotte enquanto esta carregava no browser da internet e entrava na conta de e-mail. Em segundos, acedeu ao ficheiro de Aldrich e abriu-o para Bersei o ver - uma densa folha de dados.

- Ok. Aqui estão eles. - Trocou de lugar com ele.

Ele desceu ao longo dos dados. Três colunas identificavam um código universal para cada sequência genética, uma interpretação leiga do código, tal como "cor de cabelo" e um valor numérico que especificava esses atributos. No caso da cor do cabelo, o valor numérico na terceira coluna correspondia a uma tonalidade específica num gráfico de cor universal.

- O que é que lhe parece?

- Muitíssimo específico. Parece que posso introduzir os dados directamente no programa.

Ela sorriu para si mesma. Obrigada, Evan.

Bersei abriu o software de imagem e localizou o ficheiro que continha os scans do esqueleto e as reconstrução do tecido - a fantasmagórica estátua de mármore esperava apenas os retoques finais: a "pintura" genética.

- Por agora, vou começar com o básico. O computador irá preencher a cor do cabelo, mas não o corte, é claro - explicou ele, enquanto formatava o ficheiro de dados para importação.

A descoberta de Aldrich de uma mutação fizera com que Charlotte começasse a pensar numa longa lista de possíveis doenças. Já que a maior parte destas atacavam os tecidos moles e não afectavam os ossos - ao contrário daquela que se espalhava pelo corpo dela e que estava determinada a deixar marcas -, ela mal conseguia imaginar o que Evan poderia ter detectado. O extraordinário desejo que sentia por ver a imagem completa fora agora substituído por um medo repentino.

Bersei importou os dados genéticos e premiu uma tecla para actualizar o perfil.

Durante alguns segundos de agonia, pareceu-lhes que não estava a acontecer nada.

Depois a reconstrução aumentada voltou a surgir no monitor.

Não era o que nenhum dos cientistas esperava. "

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