02/04/2008

Arte que se lê: "O que é que nós não fazemos por amor!?" de Ilene Beckerman



Illene Beckerman tinha 15 anos em 1950. Idealizava o grande amor como sendo algo saído da grande tela. Estava apaixonada por Frank Sinatra. Neste livro jovial e primaveril, a autora conta as suas aventuras e desventuras em busca do amor verdadeiro. São daqueles livros que lemos num ápice mas que apreciamos cada palavra. A mim fez-me sorrir, rir até, e se pensarmos um pouco em nós, até soltamos num suspiro - "O que é nós não fazemos por amor!?"


"Procurar o amor não é tarefa fácil e, muitas vezes, acabamos por nunca encontrar aquilo que desejamos. Em "O que nós não fazemos por amor!?"; Ilene "Gingy" Beckerman descreve de forma profundamente divertida, uma história que todas as mulheres reconhecerão: a primeira paixão, o telefonema que não chega,os votos de amor eternos trocados no casamento, as crises e as rupturas, o eterno recomeço de tudo.


Fazendo uso de uma escrita e de ilustrações profundamente mordazes, Beckerman revê uma vida inteira passada em busca do verdadeiro amor. Recorda-se de quando se esgueirava de casa para ir ter com o namorado, de quando dançava com a cara enconstada à do primeiro marido e de quando começou a viver com o segundo marido - que, por sinal, também não era o homem dos seus sonhos.


Ainda assim, este não é um livro sem esperança. Como diz a autora, "nunca pensei que só fosse encontrar o amor quando fosse praticamente uma cidadã sénior". "O que é que nós não fazemos por amor!?" é a demonstração risonha, mas também comovente, de que na procura do amor, tudo é de facto possível."


Leia um excerto:

"Foi em 1950. Tinha 15 anos e estava apaixonada pelo Frank Sinatra. O Frank estava apaixoando pela Ava Gardner. Ainda nem se tinham casado e já tinham problemas. Os meus grandes problemas ainda estavam por começar. Até essa altura, já tinha estado várias vezes apaixonada, mas foi nesse Verão que me apaixonei pelo Jeffrey.


O Jeffrey tinha dezasseis anos e eu nunca tinha visto um rapaz tão bonito como ele, tinha até melhor aparência do que o Montgomery Clift. O Jeffrey gostava da minha melhor amiga, A Dora. Quando a Dora deixou de gostar dele, ele começou a virar-se para mim, apesar de eu ser tímida, nunca falar e não ser tão bonita como a Dora.


Nesse Verão, eu estava a trabalhar como empregada de mesa num acampamento em Port Jervis, Nova Iorque. Era o terceiro Verão que os meus avós me mandaram para lá. Desde que a minha mãe morrera e o meu pai se fora embora, no Verão, não sabiam o que fazer comigo. O Jeffrey era monitor-júnior de um acampamento de luxo do Maine que tinha equitação e ténis.


Fiquei admirada quando me mandou um postal: "Querida Gin, o acampamento é fixe, mas quem me dera que estivesses aqui. Todas as minhas meias estão sujas. Jeff"


Não me importei com o comentário sobre as meias. Era tão bonito que até lhas podia ter lavado.


Respondi ao seu postal com um postal. Levei dois dias a pensar no que dizer-lhe e horas a treinar a minha caligrafia para que ficasse apresentável. O Jeffrey não respondeu.


Como eu frequentava uma escola secundária só para raparigas, era difícil arranjar namorados. A Dora foi para um colégio privado misto - e tinha imensos. (...) "

3 comentários:

mafgonbot@gmail.com disse...

Olá,
não conhecia o teu blog até hoje, e gostei muito de tudo.
Fiquei com vontade de ler este livro, pode ser que arranje tempo.
Voltarei para cuscar as novidades.
Bjs.
Mafalda

Meus Netos...Minha Fortuna!!! disse...

Mais uma semana e eu sem tempo, para sair daqui um pouco mais culta...mas Deus é Grande e para a semana, tenho fé que vou ter oportunidade de ler estes posts com muita atençao e muito prazer!
Obrigada pela sua visitinha e pelas queridas palavras deixadas!
Um beijinho e votos de bom fim de semana!
Vóvó Cassilda

ana chagas disse...

Querida Cassilda,
Faço sempre muito gosto em visitar o seu blog, e a sua visita é sempre um prazer, em especial porque a cara amiga deixa sempre comentários que são autênticos miminhos!


Cara Mafalda,
Muito obrigada pelo comentário tão simpático.
Aqui, as portas estão sempre abertas, por isso sinta-se à vontade para voltar sempre!
Ah, o livro foi uma prenda de uma amiga, já lá vão 8 anos. Ainda hoje gosto de o reler.

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