02/08/2010

Arte Antiga: Arte Celta



Os Celtas

"Os celtas integram uma das mais ricas civilizações do mundo antigo. As origens desta civilização remontam ao processo de desenvolvimento da Idade do Ferro, quando estes teriam sido os responsáveis pela introdução do manuseio do ferro e da metalurgia no continente europeu. De fato, o reconhecimento do povo celta pode se definir tanto pela partilha de uma cultura material específica, quanto pelo uso da língua céltica.

Não compondo uma civilização coesa, os celtas se subdividiram em diferentes povos entre os quais podemos destacar os belgas, gauleses, bretões, escotos, batavos, eburões, gálatas, caledônios e trinovantes. Durante o desenvolvimento do Império Romano, vários desses povos foram responsáveis pela nomeação de algumas províncias que compunham os gigantescos domínios romanos.

Do ponto de vista econômico, podemos observar que os celtas estabeleceram contato comercial com diferentes civilizações da Antiguidade. Por volta do século VI a.C., a relação com povos estrangeiros pode ser comprovada pela existência de elementos materiais de origem etrusca e chinesa em regiões tipicamente dominadas pelas populações célticas.

Por volta do século V a.C., os celtas passaram a ocupar outras regiões que extrapolavam os limites dos rios Ródano, Danúbio e Sanoa. A presença de alguns armamentos e carros de guerra atesta o processo de conquista de terras localizadas ao sul da Europa. Após se estenderem em outras regiões europeias, os celtas foram paulatinamente combatidos pelas crescentes forças do Exército Romano.

A sociedade céltica era costumeiramente organizada através de clãs, onde várias famílias dividiam as terras férteis, mas preservavam a propriedade das cabeças de gado. A hierarquia mais ampla da sociedade céltica era composta pela classe nobiliárquica, os homens livres, servos, artesãos e escravos. Além disso, é importante destacar que os sacerdotes, conhecidos como druidas, detinham grande prestígio e influência.

A religiosidade dos celtas era marcada por uma série de divindades que possuíam poderes únicos ou tinham a capacidade de representar algum elemento da natureza ou animal. Com o passar do tempo, alguns mitos e deuses foram incorporados pelo paganismo romano e, até mesmo, na trajetória de alguns santos cristãos. Atualmente, a Irlanda é o país onde se encontram vários vestígios da cultura céltica."


http://www.historiadomundo.com.br/celta/


Os Celtiberos

"O território peninsular sobre o que se assentam os recém chegados (preceltas) estava habitado por povos preíberos (aparte de geográfico, íbero é um termo cultural). Discute-se muito se produziu-se uma deslocação, uma conquista, uma aliança, assimilação, pacto ou fusão entre celtas e íberos (de bom grau ou como servos). Os dados disponíveis são contradictorios e as teorias dos autores difieren sobre o tema. Inclusive poderia dar-se uma mistura de todas as opções possíveis já que as densidades de população e os recursos disponíveis são muito especulativas. As relações e influências mútuas mudaram com o passo do tempo. Se atestigua uma grande presença precelta em zonas a Bética (actual Huelva, Sevilla) que se tentam explicar mediante a presença de servos, mercenários ou carteiras isoladas de colonos. O evidente é que na península Ibéria falta realizar uma campanha arqueológica séria que possa dar dados fiáveis que permitam reconstruir o passado.

As primeiras referências escritas sobre os celtíberos devem-se a geógrafos e historiadores greco-latinos (Estrabón, Tito Livio, Plinio e outros), ainda que seu estudo, que arranca do século XV, não adquire rango cientista até os inícios do século XX (marqués de Cerralbo, Schulten, Taracena, Caro Baroja, etc.), cobrando renovado impulso nos últimos anos. Pese a este excepcional acervo literário, ainda hoje se discutem aspectos finques para sua definição: os confines de seu solar, sua verdadeira personalidade ou sua própria genealogia.

As fontes clássicas são muito imprecisas com respeito a seu território, ainda que podemos considerar que os celtíberos históricos se estenderam com segurança pelas províncias de província de Soria|Soria]] e Guadalajara, boa parte de A Rioja, este de província de Burgos|Burgos]], oeste de província de Zaragoza|Zaragoza]] e Teruel, quiçá norte de Cuenca e Astúrias; diferentes interpretações ampliam este marco para oriente e ocidente. Podem ser considerados como um grupo étnico, já que incorporam entidades menores (arévacos, tittos, belos e lusones, resultando polémica a inclusión de vacceos, pelendones e berones), sem que isso signifique a existência de um poder centralizado e nem sequer de uma unidade política, salvo quiçá, e de forma coyuntural, por motivo dos acontecimentos militares do século II a. C.

Dado o heterogéneo da informação literária e das evidências arqueológicas da cultura celtibérica, resulta difícil definí-los a partir de um único rasgo; não obstante, consta-nos que falavam uma mesma língua, o celtibérico, cujos depoimentos escritos (utilizando o alfabeto ibério), ainda que tardios, se estendem por um território que vem a coincidir basicamente com o descrito.

Segundo a visão tradicional, explicava-se sua origem como resultado da fusão entre celtas e iberos. Na actualidade, a partir de recentes estudos genéticos, entendem-se como fruto da evolução experimentada por alguns povos célticos peninsulares da primeira Idade do Ferro, sobre os que posteriormente exerceu uma marcada influência a cultura ibera.

A cultura dos celtíberos fez sua a herança dos iberos, de quem adoptaram o sistema de escritura. Depois da queda de Numancia no 133 a. C., seu território passou a fazer parte da província romana Hispania Citerior.

Os primeiros textos celtíberos podem datar-se aproximadamente entre princípios do século II a. C. e o I d. C. O alfabeto utilizado nos textos mais temporões é o ibério, que não resulta do todo adequado para representar os diferentes sons da língua celtibérica. O alfabeto latino já está presente a alguns dos textos mais tardios. Muitas das inscrições contêm uma fórmula onomástica estereotipada, como a que pode se encontrar em uma lápida localizada em Ibiza: "Tirtanos da família de Abolus, filho de Letondu, de Kontrebia Belaiska".

Existe também um bom número de moedas gravadas com o nome celtíbero da cidade ou dos habitantes da cidade em onde aquelas foram acuñadas. Ademais, encontraram-se 20 tesserae hospitais gravadas, pequenas placas de bronze utilizadas como símbolo de pacto entre duas partes, geralmente entre um indivíduo e uma comunidade, com as que o portador podia solicitar hospitalidade ao longo de suas viagens. A maioria destas inscrições são muito breves, com a excepção da tessera de Luzaga (24 palavras)."

http://pt.wikilingue.com/es/Celta


O declínio da civilização Celta

"Os celtas foram o primeiro povo a se submeter ao Império Romano, tanto que no final do século II a.C. a Gália Cisalpina e a Celtibéria já eram territórios conquistados. Sob o comando de Julio César, no século I a.C., a Gália Transalpina foi tomada e, no mesmo período, a Galácia tornava-se província subordinada a Roma. Com as Gálias já conquistadas, as legiões avançaram para as Ilhas britânicas, onde a dominação aconteceu de forma gradativa e foi concluída no fim século I d.C. Enquanto isso, neste mesmo período, as tribos celtas na Europa Central caiam no domínio dos povos germânicos.

Em tese, era o fim da cultura La Tène e a arte celta, assim como concebida, acabou confinada na Ilha da Irlanda, para florescer novamente no início da Idade Média em um ambiente já cristão católico.

Afora a região irlandesa, a tradição e as línguas de herança céltica ainda sobreviveram nas demais regiões habitadas pelos celtas nos últimos anos que antecederam a dominação, como na Cornualha, Ilha Manx e as Highlands escocesas (Reino Unido), na Bretanha (França), na Galícia (Espanha) e na Galácia (Turquia)."

http://www.historiadomundo.com.br/celta/declinio-civilizacao-celta.htm


Arte Celta

"O termo celta (arte), de difícil delimitação geográfica e cronológica, pretende englobar todas as manifestações artísticas produzidas pelos antigos celtas desde o século V a. C. até ao I d. C., altura em que esta civilização entrou em declínio.
A área antigamente ocupada pelos celtas abarcava um vasto território do continente europeu que, desde a Áustria e do sul da Alemanha, se estendia à Suíça e à França, atingindo, na centúria seguinte, a Irlanda, as ilhas do Norte da Inglaterra, a Espanha e o Mar Negro. No período de máxima expansão, o centro de maior pujança da cultura celta deslocou-se da zona embrionária do Reno para a França e posteriormente para a zona ocidental da Europa.

Originária da cultura do ferro centrada na Baviera, a arte celta conheceu vários períodos de desenvolvimento, em diferentes pontos do território europeu. O período de formação - conhecido por La Tène ou estilo antigo, nome derivado de uma região junto do lago suíço de Neuchâtel - decorreu entre 480 e 350 a. C. Caracterizava-se pela produção de obras de joalharia ou bronzes inspirados em modelos etruscos cruzados com referências a motivos orientais, como folhas de acanto, palmetas e flores de lótus.

Seguiu-se o estilo Waldalgesheim (350-290 a. C.), durante o qual se manteve a influência clássica, embora os modelos e as referências formais gregas e romanas fossem utilizados de forma extremamente livre. Datam desta fase as esculturas antropomórficas de deuses, de influência romana.

Durante o período Plástico (290-190 a. C.), que floresceu nas zonas mais ocidentais do continente, realizaram-se representações estilizadas de figuras humanas e animais, cujo fundamento estilístico se prolongou pelo período final da arte celta, conhecido pelo Estilo Espada (designação que deriva das espadas ornamentadas com desenhos lineares e abstractos, inspirados em motivos vegetalistas gregos).
O incremento do clima de instabilidade que dominou as comunidades celtas determinou a necessidade de produção de armas, que rapidamente se transformaram num dos elementos centrais do desenvolvimento artístico desta cultura. Para além da vocação bélica e funcional, muitos destes artefactos respondiam a necessidades simbólicas (enquanto representação de estatutos sociais) bem como religiosas, uma vez que muitos destes objectos constituíam oferendas aos deuses e eram investidos de poderes talismânicos.

Os materiais mais utilizados pelos celtas foram o bronze e o ouro (com origem na boémia), ou outros materiais importados de locais distantes, como a prata, o coral rosa e o âmbar. Este povo utilizava duas técnicas fundamentais de trabalho dos metais: a fundição ou a extrusão de chapa. Uma grande variedade de efeitos decorativos de raiz abstracta e geométrica ou zoomórfica era utilizada para ornamentar as superfícies dos objectos.

Um dos mais conhecidos artefactos artísticos celtas é o tampo de bolsa da barca funerária de Sutton Hoo, realizada entre 625 e 33 a. C., empregando - em solução compositiva simétrica que articulava ornamentos geométricos com imaginativas representações de figuras animais e humanas - folhas de ouros, esmaltes, granadas e outros materiais preciosos.

Apesar da variedade de manifestações locais e das transformações estilísticas experimentadas durante as várias centúrias de desenvolvimento, determinadas em parte pela absorção de influências variadas, a arte celta foi capaz de definir um sistema formal harmónico e coerente. Esta homogeneidade de expressões foi garantida pela franca mobilidade dos artesãos entre as regiões ocupadas pelos celtas, assim como por uma plataforma cultural comum determinada pelas crenças religiosas e pelo sistema político e pujança económica."

http://www.infopedia.pt/$arte-celta

Características da Arte Celta


"A arte celta inovou as artes. Isso se deve a um estilo extremamente peculiar.

Tinha-se grande preferência por temas ligados a natureza: árvores, flores, animais e seres sobrenaturais zoómorfos. Tais temas eram mais comuns que figuras humanas, no entanto, estas também existiam.
O “estilo celta” preferia os compassos, que destorciam e compunham figuras recheadas de espirais, elipses e outras formas curvilíneas entrelaçadas e, por vezes, organizadas de modo concêntrico, a formar representações quase abstratas."

"• Originalidade: o esforço do artista celta por ser diferente a tudo o que era predominante em sua época, bem como em frente a colegas próprios do mesmo oficio.

•Abstracção: se desmaterializa a arte, guardando somente as formas que nos ajudam a distinguir, inclusive às vezes nem isso, as linhas essenciais da figura representada. A arte celta é muito "simbolista".

•Variação nas formas: dentro de um mesmo esquema encontramos-nos com variantes na plantilla geral de um mesmo motivo, já seja animal ou vegetal.

•Imaginação desbordante que supera a obra: muitas vezes a obra só é um pretexto para dar uso à técnica e genialidade do artista.

•Horror vacui: o chamado horror ao vazio, adoptado pelos romanos (veja-se a Coluna de Trajano) também é característica comum da arte celta. Não encontramos practicamente nenhum ponto vazio no espaço disposto pelo artista.

•Preferência pelas figuras de caracter zoomórfico: os animais, já vingam de uma espécie existente ou bem sejam de caracter fantástico, têm preferência à hora de ser incluídos na decoração céltica. Estas figuras normalmente eram de carácter apotropaico, isto é, protector.

•Predominancia da decoração "marginal" em frente ao conteúdo principal: o artista celta pode situar uma cena no centro da obra mas sempre recrear-se-á nos adornos secundários, que, para este, parecem ser o mais atraente e que conjuntan melhor com sua maneira de se expressar."

http://pt.wikilingue.com/es/Arte_celta

Música Celta

Significado

"Os celtas sempre estiveram muito ligados à religião, e assim como quase toda as expressões de sua cultura, a música também estava intimamente relacionada a temas de cunho religioso. Tanto que os músicos eram – em sua maioria – ligados a classe sacerdotal dos Druidas.

A música ou, mais precisamente, o tocar dos instrumentos era considerado uma manifestação do mundo dos espíritos. Sendo assim, o músico era um ser privilegiado, pois suas faculdades lhe permitiam captar pequenas manifestações do Outro Mundo, e desta forma, ele traduzia aquilo que absorveu para a música.

Exatamente por este motivo, é comum a temática musical celta estar ligada aquilo que eles mais respeitavam: a Natureza. Um bosque, a brisa, a alvorada, o outono – ou qualquer outra estação – enfim, cada pequeno movimento da Natureza carrega um som, e era função do músico senti-lo e traduzi-lo em música.

Com o advento da cristandade no mundo céltico, toda esta conotação entre religião e música, de certa forma, se perdeu. No entanto, os “motivos ligados a Natureza” mantiveram-se vivos, e até hoje estão presentes no trabalho de cantores e instrumentistas contemporâneos."

Instrumentos

Os instrumentos celtas são todos bem característicos, isso porque a música folclórica irlandesa conservou fortes traços da música celta. E através desta herança rica e ímpar, a Irlanda lega ao mundo esplendorosas sonoridades, todas com um estilo único e incomparável.

A vasilha de prata conhecida como o caldeirão Gundestrup constitui um dos mais enigmáticos vestígios do mundo celta. Decorado em alto-relevo, apresenta cenas que oferecem uma visão dos mitos e da religião celta, embora seu significado preciso permaneça oculto. As figuras representadas eram originariamente revestidas com folhas de ouro e tinham olhos de cristal azul e vermelho.

Pois bem, mais um exercício mental. Pense na Irlanda, pense na música irlandesa. Que instrumentos lhe vêm a mente? Acho que muitos responderão a harpa ou a flauta. Agora, pense na música escocesa. Qual o primeiro instrumento que você imagina um escocês tocando? A maioria, certamente, dirá a Gaita de Foles.

As características da musicalidade celta foram absorvidas pela cultura mundial, portanto, a grande maioria das pessoas tem, ainda que vaga, uma idéia sobre o que foi – ou melhor – o que é a música e os instrumentos que estavam presentes no folclore ancestral.

Além da flauta, harpa e gaita de foles, (...), ainda resta um importante instrumento – de percussão – chamado Bodhran."


http://www.historiadomundo.com.br/celta/arte-aquitetura-celta.htm

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