23/03/2010

Arte que se lê: "Cuidar dos nossos pais" de Roberta Satow, Phd



Descobri este livro por mero acaso quando passava numa grande loja de produtos electrónicos. Para quem gosta de livros é impossível não parar quando lemos um cartaz que diz "Livros a partir de 1 euro".
Este era o único exemplar e trouxe-o por somente 3 euros em conjunto com um manual sobre jardinagem.
Abri-o numa página ao acaso e pelo que li acreditei que este livro estava lá esquecido, pousado, à minha espera. Não por mim, mas pela minha mãe que recentemente passou pela situação de ter que encontrar, em conjunto com os irmãos, uma situação viável para os pais que chegaram a uma idade em que precisam de acompanhamento, de cuidados e, sobretudo de muita paciência.
Pude ver como observadora que ser cuidadora é tudo menos fácil. Naquele dia, na loja, não pude evitar de esboçar alguns sorrisos porque encontrei nas palavras da autora - reconhecida médica psiquiatra - muito do que eu própria dizia à minha mãe. Basicamente a mensagem que tentava transmitir à minha querida mãe e, que foi preciso repeti-la até à exaustão para que me ouvisse, foi que ela deveria estar sempre em primeiro lugar nas suas prioridades. Tudo o resto, todos os outros, incluíndo eu, o meu pai, os seus pais têm que aceitar com alegria um honroso segundo ou terceiro lugar.
A minha avó entretanto morreu, com uma bonita idade, já octogenária.
Em breve, quando acabar de ler este livro, vou oferecê-lo à minha mãe. Ele fala de amor, de culpa, dos fantasmas da infância que regressam quando os pais precisam de nós, da necessidade de estabelecer limites, da necessidade de dizer não, de cura, através da situação pessoal da autora com os seus pais, e de outras situações reais retratadas através de muitas outras pessoas.


Sinopse:

"Os profundos desafios emocionais que se apresentam a quem cuida de pais idosos numa relação ambivalente. Cuidar dos Nossos Pais ilustra a forma como as relações que tivemos com os nossos pais e irmãos na infância vêm mais tarde afectar a disposição com que enfrentamos a tarefa de cuidar dos pais.

Com tantos pais a viverem tanto tempo, a situação de tomar conta dos pais velhos quando estamos na meia-idade é coisa para se prolongar até à nossa própria velhice: há septuagenários a cuidarem dos pais com 90 e mais anos. A acrescentar a todas as dificuldades práticas que os cuidadores na meia-idade enfrentam, muitas vezes ainda têm que se confrontar com sentimentos da infância e da juventude que voltam a surgir neste novo contexto e que os deixam desconcertados. O passado interfere na vida de agora.
Muito se tem escrito sobre o envelhecimento e sobre o apoio prático aos cuidadores, mas este livro aborda uma nova perspectiva: encara a prestação de cuidados como uma fase de desenvolvimento em que surgem oportunidades para resolver questões pendentes, ainda incómodas, e para aprofundar e enriquecer a relação entre as gerações.
Roberta Satow mostra-nos como podemos identificar e superar padrões antigos - muitas vezes destrutivos - que continuam a afectar as relações adultas com os nossos pais envelhecidos. Ajuda-nos a compreender que é normal e aceitável sentirmos ambivalências no nosso novo papel - e demonstra como se podem definir limites, quando necessário, sem com isso sentirmos remorsos."

1 comentário:

Meus Netos...Minha Fortuna!!! disse...

Olá querida AnA1
Que saudades eu tinha de ti!
Está tudo bem, contigo?

Estive a ler o teu texto...gostei...e revi-me em muitas coisas!!!
Infelizmente já não tenho Pais, mas estou muito feliz, pois sei, que sempre estive com eles e lhes dei a atenção devida!!!
Deixo-te um beijinho com muito carinho e amizade

Vóvó Cassilda

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